BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Perigo do Discurso Raso.

Oi. Faz tempo que não apareço aqui. Mas eu preciso falar.

Todos os dias vemos um crescendo no movimento dos ciclistas em prol de uma sociedade com menos carros e mais bicicletas.
Eu não tenho problema nenhum com ciclistas, mas eu tenho com discursos dicotômicos. E isso "só" porque eu entendo que esse tipo de retórica é injusta. Quando você resume uma coisa na base do preto no branco, é porque alguma coisa está errada.

Vejamos, bicicleta é legal. Concordo. É bom para a sua saúde e é divertido. Ponto. Este é o único ponto que eu e os ciclistas concordamos.

O problema é quando um resolve falar em nome da "categoria" e demoniza os veículos automotores. Por quê? Ora, por quê! Porque "poluem, entopem as ruas e - evidentemente - atropelam ciclistas".

Aí a cereja do bolo é quando os ciclistas exigem que as pessoas deixem seus carros nas garagens e passem a ir pro trabalho de bicicleta.
Viu como é fácil? Que maravilha que alguém tinha a solução do problema do trânsito pesado, poluição e mortes no trânsito e nunca pensei nisso.

Só que não é bem assim, amigo. Vamos levar em conta que as pessoas têm trabalhos diferentes? Sim! Eu, por exemplo, tenho um trabalho cuja natureza não permite que eu use bicicleta. Detalhes como agenda apertada e boa apresentação (leia-se, não feder a suor) inviabilizam a minha troca do carro por esse meio de transporte. E olha que quem tá falando aqui gasta muito em gasolina por mês. Quisera eu poder migrar pra um transporte que me aliviasse o bolso e a cintura, porque eu to bem acima do peso.

Mas não posso! Não dá! Então o que é preciso, é que haja consciência de ambas as partes. Dos motoristas para terem maior cuidado nas ruas e não sair atropelando ciclistas e dos ciclistas para não andarem numa via importante de uma grande cidade como se estivesse indo comprar pão na padaria da praia.

Esses dias eu quase peguei em cheio um ciclista que vinha na contramão da Av Ipiranga aqui em Porto Alegre. Uma via muito complicada e uma das principais avenidas da cidade.

Eu tive que parar o carro num posto, sair e tomar ar, pois chegou a me dar taquicardia. Se eu bato no cara - e ele acaba por morrer - sabe o que aconteceria? Certamente eu seria alvo de dedos apontando para o "maldito motorista" e ninguém estaria preocupado em saber a minha versão. A de que o cara simplesmente adentrou a via na contramão. Daquele momento, até eu provar o que realmente aconteceu, é bem capaz de minha foto estampando campanha contra a minha pessoa e os carros já estariam inundando o Facebook. Já era!

Isso vem desse discurso raivoso e dicotômico que alguns - não todos - adeptos do ciclismo têm destilado na rede e em meios de comunicação.

O respeito tem que ser mútuo e sem ideologia. Vamos deixar de lado o discurso raso e vamos nos concentrar no que é importante, que é todos termos consciência do nosso espaço no trânsito e respeitar o próximo. Estando ele numa bicicleta ou num carro.