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domingo, 11 de março de 2012

Somos Reféns dos Estacionamentos Pagos





Acompanhem o meu raciocínio:


Quanto pagamos de impostos nos combustível? 41%. Isso inclui CIDE, PIS, COFINS e ICMS.
Quanto pagamos de IPVA? Depende do carro do cidadão. Mas vai de 600 a uns 2000 reais por ano para os carros que temos hoje no Brasil. Ok?


Bem, como trabalho com meu carro, eu pago uma média semanal 100 reais de combustível, o que dá 400 reais por mês. 41% de 400 dá 164,00 reais que, mensalmente, saem do meu bolso e vai pro governo. 164 x 12 meses dá 1968,00, que somados ao IPVA (isso que to falando só do imposto que pagamos por ter carro) dá quase 3000 reais por ano para o governo.Outros pagam mais, outros pagam menos.


O dinheiro, dizem, é para as estradas e outras mentiras. Fora os demais impostos que servem para uma porrada de outras lorotas, entre elas, a segurança pública.


Por que eu estou falando isso? Porque antes de eu começar com o assunto desse post eu queria que todos vocês tivessem perfeita noção do que se gasta com um carro.


Agora, o post:

Sou um defensor do capitalismo e da livre iniciativa. Aplaudo todo empreendedor e empreendedorismo. Mas algo me incomoda.
Tenho reparado o crescimento de um negócio em nossas cidades chamado Estacionamento Rotativo. Está lá o estacionamento sozinho ou incorporado a empresas. A princípio é muito bom ter essa alternativa. Gosto de poder escolher entre pagar mais para ter um serviço, pagar menos para ter outro, ou não pagar para não ter nenhum dos dois. Isso se chama liberdade.
Porém, no momento em que você se vê numa situação onde a opção de não querer pagar por um serviço, algo está errado.

Dou um exemplo.

Há em Porto Alegre um centro clínico grande chamado Mãe de Deus Center. Ele fica ao final de uma rua sem saída em uma área de grande movimento da capital. Essa rua, apesar de sem saída, é bem larga, o que permite estacionamento dos dois lados sem problema algum. Porém, em um dos lados somente permite-se táxi, por ser ponto, e do outro é simplesmente proibido estacionar.

O que resta para qualquer pessoa que, no meio da semana, de carro, consegue uma brecha na sua agenda para alguma consulta ou exame que vai ao Mãe de Deus Center? Ora, pagar um valor absurdo para deixar o carro no Safe Park, uma das redes de estacionamento rotativo que praticamente estão polvilhando a cidade com seu serviço.

Eu não tenho outra alternativa. A mim me resta abrir a mão e pagar um mínimo de 6 reais a meia hora (que jamais será apenas meia hora, visto que meia hora é o que você leva pra ser atendido). Uma estadia normal naquele estacionamento vai lhe custar uns 12 reais mortos.

Isso quando o estacionamento ainda lhe impõe deixar a chave para o manobrista. Nem o direito de estacionar o seu próprio carro ao invés de largar na mão de seja lá quem for você tem. Recentemente vi uma matéria com câmera escondida em vários estacionamentos com manobristas de Porto Alegre onde os caras roubam o que tiver no porta luvas, trocam de marcha de forma errada e brusca, quando não saem com o carro para dar banda. EU quero ter o direito de NÃO ficar refém desse tipo de serviço!

E sabe por que existe esse crescendo de estacionamentos? Em uma palavra: segurança. Deixar seu carro na rua, dependendo do lugar, significa deixá-lo à mercê de ladrões. Ou seja, você paga 4000 reais por ano para que a segurança não sirva para absolutamente nada. O seu IPVA é depositado nos cofres do estado para que você precise desembolsar 12 reais cada vez que precisar ir a um médico.

Entendam que eu não sou contra estacionamentos rotativos, eu sou contra não termos a liberdade de poder estacionar na rua. 3000 reais por ano não é o suficiente para isso?

Se não precisássemos pagar esse achaque para o governo, teríamos muito mais concentração de renda em nossas mãos e pagaríamos os estacionamentos rindo!

Mas infelizmente não é assim. Tudo o que eu quero é poder ter a liberdade de escolher estacionar na rua! Que é minha e é sua!