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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Baixo, Cruel e Desnecessário

Bastou que fosse noticiado que o Lula está com câncer para que um monte de gente resolvesse sugerir, via web, que o homem deveria se tratar no SUS.

Olha, se pensarmos friamente, não seria uma má ideia que políticos, uma vez em seus mandatos, fossem obrigados a se tratarem pelo SUS. Pois no discurso a classe política do nosso país exalta essa merda de sistema como se fosse a coisa mais perfeita do universo, quando sabemos que não é verdade. Ademais, tenho certeza que melhoraria e muito.

Pagamos demais para a manutenção de um estado ineficiente. Um estado que já provou há tempos que é totalmente incompetente para gerir o erário público. Mas, no entanto, seguimos pagando impostos acachapantes sob pena de sermos presos caso sonegarmos.

Não vou ficar aqui chovendo no molhado falando do sistema de saúde no Brasil, pois parto do pressuposto que vocês são tão ou mais informados que eu.

Um dos maiores críticos do PT, o jornalista Reinaldo Azevedo, coleciona os emails de insultos por parte de petistas de quando fora diagnosticado com tumor cerebral. Coisas lindas de se ler, como "tomara que vc morra", etc. O cara inclusive foi insultado pelo blogueiro oficial do Lula. Reinaldo, por sua vez, nunca utilizou desse discurso baixo contra Dilma, José Alencar e até Hugo Chavez. Ele manteve a sua crítica ao campo das idéias.

Usar o câncer do Lula como trunfo para criticá-lo é baixo, cruel e desnecessário.

domingo, 30 de outubro de 2011

Histeria Antiamericana de novo...



Você tem o direito de não gostar de Halloween. Tem o direito, inclusive, de fazer campanha para que não haja Halloween. Mas nesse último caso, essa sua atitude dá pra mim o direito de achar você um babaca.

Primeiro porque a alegação principal dos histéricos anti-halloween é a tal "americanização da nossa cultura tirando nossa identidade cultural". E isso é de uma estupidez invejável. Entenda que não existe país no mundo que celebre somente aspectos exclusivamente domésticos. Todo conjunto cultural de qualquer lugar sofreu, sofre e sofrerá influência externa.

E não há problema nenhum nisso, muito pelo contrário, o intercâmbio dessas culturas é saudável, interessante e, no mínimo, divertido. Ou você acha que o carnaval originou-se num barracão na Mangueira? Ou que o Papai Noel usa aquelas roupas de inverno em pleno escaldante dezembro tropical porque ele é sádico?

Devagar com o andor, queridos, pois isso já está ficando ridículo. O movimento anti-halloween nada mais é do que o velho antiamericanismo bobalhão com outro nome. Tenho certeza que se essa naba tivesse sido iniciada em Cuba tava cheio de universitários de sandálias vestidos de fantasma desde a década de 60 batendo em nossas portas gritando "TRUCO O TRATO?".

E o mais engraçado disso tudo, é que os caras começaram uma campanha no Facebook contra a americanização da cultura brasileira sugerindo que, ao invés de celebrar Halloween, celebre-se o tal Dia do Saci. Ou seja, na cabeça desses parvos, uma celebração cultural inocente é instituída goela abaixo.

Além do mais, se querem fazer algo contra o que consideram ser essa "maldita invasão ianque", comecem saindo do Facebook, ora, bolas!

domingo, 23 de outubro de 2011

Permissum Vita Ostendo Mihi Via



George Harrison, cansado de tantas reuniões na Apple em 1969 sobre as pendengas judiciais em que os Beatles tinham se transformado, onde Alan Klein - novo manager - e John Eastman - advogado - brigavam pelo controle do grupo, resolveu que em um dia faltaria a uma.

Pra onde ele foi? Pra casa do seu amigo, Eric Clapton. Lá pegou um dos violões do guitarrista e pôs-se a andar pelo jardim. Em minutos tinha criado uma das músicas mais bonitas que se tem notícia em nossos tempos: Here Comes the Sun.

Provavelmente se George não tivesse enchido o saco das reuniões estressantes e decidido ser dono da própria vida não teríamos essa bela melodia em Abbey Road, último disco da banda.
São curiosos os caminhos que o acaso julga mais conveniente para resultar em algo brilhante. Na maioria das vezes vivemos nossas vidas como se fosse uma equação fechada, de regras definidas e de resultados esperados. Mas muitas dessas vezes quando o resultado não é aquele que esperamos somos surpreendidos positivamente ou negativamente.
Por isso que de uns tempos pra cá deixei de ser tão cartesiano e resolvi adotar a filosofia de Zecus Pagodinhus: permissum vita ostendo mihi via, ou simplesmente: deixa a vida me levar.

A partir de agora vou calcular menos as probabilidades, vou pensar menos sobre qual rua tomar, sobre qual bebida evitar, sobre qual livro comprar. Serei menos robótico e mais visceral, menos neurótico e mais compreensivo. Vou a mais festas e a menos compromissos "necessários". Vou correr quando tiver que caminhar, vou caminhar quando tiver que correr e vou ficar 4 horas tomando banho.
Vou ouvir a mesma música 10 vezes, ver o mesmo filme e chorar igualmente à primeira vez.
Vou relaxar, vou deitar no chão, rolar na grama com o cachorro, e ir do trabalho pra casa pela via mais distante e cheia de curvas.

E aí, quando eu menos esperar, criarei meu Here Comes the Sun. Nunca se sabe.

(E a Patty Harrison era uma coisinha, né?)

sábado, 15 de outubro de 2011

Ode II

O deputado
assustado
perguntou revoltado
     onde pararam minhas diárias?

o prefeito
reeleito
perguntou em um tom rarefeito
     o que aconteceu com minha conta bancária?

a presidentA
comendo polentA
questionou de forma lentA
     onde colocaram as chaves da casa da praia?

o vereador
ao abrir o refrigerador
indagou num momento de dor
     cadê a sobremesa que não comi ontem?

E o povo
com cara de ovo
votou de novo
     nesse bando de filho da puta

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tadinho de Quem Tomou o Toddynho Todinho

Tadinho de quem tomou o Toddynho todinho
Pois queimou o biquinho
Ralou o beicinho
Ficou vermelhinho
Além de ter engordado um pouquinho

Achocolatado com gosto de infância
No Afeganistão
Trocou o Nescau por uma punição
Pagou com a pele a sua inconstância

Enfim, do que bateu no estrombo, fez um calombo
Arroto, grito, dor, irritação
Como se tivesse trocado um espeto corrido por um combo
De mcfritas com maionese e um xis coração

sábado, 1 de outubro de 2011

O Jornalismo e o jornalismo

Eu temia um dia ter que dizer isso, mas a qualidade dos programas de televisão aqui no RS está indo de mal a pior.

Qual é a novidade, Fábio? Já sabemos disso há anos!

O problema é que agora está, gradualmente, chegando a uma categoria que eu torcia ainda demorar para ver: o Jornalismo.

Sou viciado em Jornalismo. Gosto de informação. Até hoje não sei por que não cursei uma faculdade de Jornalismo. É, ao meu ver, a profissão mais importante que existe, pois ela é o elo (ops) entre o que ocorre em nossa cidade, país ou mundo e nós. Através dessa nobre profissão somos informados e podemos, a partir daí, formular nosso julgamento, nossas opiniões e também entrar na conversa. Enfim, eu até faço questão de escrever Jornalismo com jota maiúsculo.

Mas infelizmente o espaço reservado para um Jornalismo de boa qualidade está sendo descaradamente diminuído para dar sala ao jornalisminho histérico que vem do centro do país, mais especificamente de São Paulo, e que é liderado por figuras como José Luis Datena.
Na real, esse perfil horrível foi pela primeira vez introduzido na década de 90 pelo finado "Aqui Agora", uma coisa tão bizarra que fez mais sucesso pelo seu perfil mondo cane do que pela seriedade que deve ser empregada em qualquer via que se autodenomine Jornalismo. Naquele programa, para quem não teve o desprazer de ver, desfilavam figuras grotescas como O Homem do Sapato Branco, Gil Gomes e ... Maguila - sim, Maguila era comentarista de política.

De lá pra cá - como não é de se estranhar no Brasil - a porcaria foi se aprimorando e ao longo da década de 90 até hoje os canais de televisão como Band, SBT e Record polvilharam a sua grade com esses programas de perfil apelativo. E não de perfil popular, como querem alguns. Definir essas porcarias como sendo de perfil popular é querer rotular a população do Brasil como um bando de retardados. E, além disso, é querer dar um aspecto de nobreza na intenção dessas emissoras em oferecer o que "o povo quer ver".
O que é uma puta sacanagem, pois é óbvio que uma grande parte da população, dentro de sua limitada erudição, bate palmas pra esse subproduto.
Você não pode esperar que um grupo grande de pessoas que NÃO LÊ não ache esses programas entusiasmantes. Não tem saída! E o pior é que esse tipo de "erudição" fica fomentada pelas bolsas-esmola, mas isso é outro assunto.

Então, meu amigo Jornalista de verdade que sei que está lendo este texto, por favor, o futuro do Jornalismo com jota maiúsculo está nas suas mãos. Salvem-nos enquanto é tempo!