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domingo, 23 de outubro de 2011

Permissum Vita Ostendo Mihi Via



George Harrison, cansado de tantas reuniões na Apple em 1969 sobre as pendengas judiciais em que os Beatles tinham se transformado, onde Alan Klein - novo manager - e John Eastman - advogado - brigavam pelo controle do grupo, resolveu que em um dia faltaria a uma.

Pra onde ele foi? Pra casa do seu amigo, Eric Clapton. Lá pegou um dos violões do guitarrista e pôs-se a andar pelo jardim. Em minutos tinha criado uma das músicas mais bonitas que se tem notícia em nossos tempos: Here Comes the Sun.

Provavelmente se George não tivesse enchido o saco das reuniões estressantes e decidido ser dono da própria vida não teríamos essa bela melodia em Abbey Road, último disco da banda.
São curiosos os caminhos que o acaso julga mais conveniente para resultar em algo brilhante. Na maioria das vezes vivemos nossas vidas como se fosse uma equação fechada, de regras definidas e de resultados esperados. Mas muitas dessas vezes quando o resultado não é aquele que esperamos somos surpreendidos positivamente ou negativamente.
Por isso que de uns tempos pra cá deixei de ser tão cartesiano e resolvi adotar a filosofia de Zecus Pagodinhus: permissum vita ostendo mihi via, ou simplesmente: deixa a vida me levar.

A partir de agora vou calcular menos as probabilidades, vou pensar menos sobre qual rua tomar, sobre qual bebida evitar, sobre qual livro comprar. Serei menos robótico e mais visceral, menos neurótico e mais compreensivo. Vou a mais festas e a menos compromissos "necessários". Vou correr quando tiver que caminhar, vou caminhar quando tiver que correr e vou ficar 4 horas tomando banho.
Vou ouvir a mesma música 10 vezes, ver o mesmo filme e chorar igualmente à primeira vez.
Vou relaxar, vou deitar no chão, rolar na grama com o cachorro, e ir do trabalho pra casa pela via mais distante e cheia de curvas.

E aí, quando eu menos esperar, criarei meu Here Comes the Sun. Nunca se sabe.

(E a Patty Harrison era uma coisinha, né?)

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