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sábado, 31 de dezembro de 2011

Sempre é bom lembrar

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Voltei, otários!

Olhem a foto abaixo:






Ela define bem a nossa desgraça: é o Jader Barbalho retomando a posse no Senado depois de ter dado um balão no Ficha-Limpa. Pro evento levou o filho e a filha.
A cara do menino - que não parou um segundo - é a efígie do pai. É a representação livre de tudo aquilo que o senador queria estar fazendo diante das câmeras mas a sua idade não permite. A inocência da criança, que não faz a menor ideia do desenrolar de toda a história que culminou naquele evento de ontem, praticamente nos puxa a orelha. Pois somente quem está alheio a toda e qualquer convenção social onde a moral e a ética deveriam ditar as regras consegue ficar tão serelepe.

O pai tem toda a sua felicidade abotoada debaixo do paletó e gravata, o filho não. Ele faz careta, brinca e acena pros repórteres provavelmente feliz da vida porque o pai, quando finalmente recebeu a notícia que iria sentar em sua cadeira novamente, deve ter lhe prometido mais uma viagem pra Disney, ou uma TV 50 polegadas pra jogar Playstation no quarto. Se já não tem.

O guri, claro, não tem culpa de nada. Mas no futuro, ao começar a adquirir senso crítico e conhecimento, poderá ter duas reações: vergonha, ou admiração. Não tem saída. E a julgar pelo histórico de nosso país não temos muitos motivos para apostar na primeira opção.

Então não se enganem. Quem está nos mostrando a língua é o pai, não o filho. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Essa Propaganda é Séria?

Que tal você, adolescente, ter a oportunidade de viver um tempo em um país de língua inglesa - tá, vá lá, nos EUA - onde você vai trabalhar como não trabalha no lugar onde vive, digamos, num restaurante, como garçom ou mesmo na cozinha?  Parece legal?

Claro que parece legal! É legal! É muito legal! Tão legal que segundo um relatório da Association of Language Travel Organisations de 2009, só naquele ano mais de 160 mil jovens brasileiros apostaram nessa aventura.

É o passatempo cultural preferido dos jovens de classe média-alta brasileira. A pessoa aprende sobre a cultura, sobre a vida e a língua do país em que fica. É o sonho de consumo da gurizada. E todo mundo sabe que qualquer jovem adoraria fazer isso e entende que é uma oportunidade fantástica.

Todo mundo menos a Cia Zaffari.

Na televisão gaúcha surgiu uma propaganda de Natal dessa grande rede de supermercados que mostra, ao som de um sucesso sertanejo, a pequena história de um jovem que, para o desespero aparente da mãe, resolve ir para o exterior ( num país de língua inglesa) onde aparece trabalhando na cozinha de um restaurante com a cara de quem está em um campo de concentração, ou na cozinha de um presídio.

Então o rapaz, que tem o cabelo do Fiuk, demonstra uma grande vontade de voltar para passar o Natal na casa da mãe. O objetivo é claro: mostrar que realmente ele queria tudo, menos estar naquele lugar.

Resumidamente, e por incrível que pareça, o cara é colocado numa situação invejável daquela como se estivesse a contragosto. Na cena em que ele parte, aparece a mãe e suas irmãs se despedindo no aeroporto como se ele tivesse sido convocado pra uma guerra.

A conclusão da mini-trama, pra deixar a coisa ainda pior,  ocorre quando seus colegas do restaurante fazem uma vaquina para pagar sua volta ao Brasil para passar o Natal com a mãe. E aí, The End.

A não ser que eu tenha ficado completamente louco, essa peça publicitária simplesmente não faz o menor sentido ou, no mínimo, perdeu a mão. Que diabo de moral quer o autor mostrar, afinal? Que ele vive num mundo onde há uma entidade biruta malevolente que, arbitrariamente, manda jovens pra viver no exterior contra sua vontade e para a tristeza da mãe? Convenhamos. Eu troco de canal cada vez que dá.  Tem uma música chatérrima que só sai do córtex via lobotomia e é enorme!

O pior é que eu tenho certeza que essa propaganda acabou caindo no gosto de muita gente só porque iniciou como um viral no Facebook. O primeiro falou que era algo "emocionante" e que apostava como as pessoas "chorariam ao ver".
Pegou, virou meme. Que saco!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Por que é que eu preciso pagar pela Marcha Para Jesus?

(O texto abaixo mandei para ser publicado em um jornal local aqui em Canoas. Não publicaram.)



Defendo e celebro a liberdade que todo o cidadão brasileiro tem de ter e professar a sua crença, seja qual for, desde que não atente contra a minha liberdade individual.
Enquanto escrevo talvez já se inicie a concentração de evangélicos para a Marcha Para Jesus que ocorrerá na tarde deste sábado, dia 10 de dezembro.

Estava dando de ombros para o evento até ler, no panfleto de divulgação, que a marcha conta com o apoio da Prefeitura de Canoas.

A partir daí eu começo a me sentir invadido. Pois se o cidadão tem garantido por Lei a livre manifestação da sua fé, é importante lembrar também que o Estado é laico, ou seja, não tem nem professa religião alguma. E se a prefeitura de uma cidade brasileira figura na lista dos apoiadores desta marcha evangélica, tenho toda a legitimidade para questionar se o meu dinheiro está fomentando o acontecimento. 
Se o estado não tem religião, significa que ele mantém as portas abertas para que todo cidadão tenha livre manifestação da sua fé. Mas cuidado, há uma diferença abissal entre garantir esta liberdade ao cidadão e dar dinheiro público para que ele a manifeste. 

Um é a característica de uma sociedade livre e democrática, outro é a característica de um favorecimento a um grupo religioso em particular. Tenho sérias dúvidas se o prefeito, por exemplo, garantiria apoio, seja moral ou financeiro, a uma religião com menos adeptos que a evangélica como o judaísmo em uma "marcha para Israel" ou islamismo em uma provável "marcha para Maomé". Da mesma forma duvido que a prefeitura desse os mesmos holofotes para um manifesto secular em prol do pensamento crítico da parte dos em que nada acreditam.

Ademais, por que a prefeitura apoiaria financeiramente uma marcha dessas uma vez que igrejas e templos sequer pagam impostos, e todos nós sabemos que qualquer empreendimento que abra na velocidade em que abrem-se novos templos neo-pentecostais significa tudo menos escassez de fundos?

E mesmo se não houver um centavo da prefeitura no evento, acho extremamente desnecessário que ela coloque o seu logo no panfleto como um dos apoiadores. 

O Brasil ainda não entendeu que quanto mais distância garantirmos entre Igreja e Estado, mais livre e democrática será a nossa sociedade. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Talibã Bolivariano do RS

Nada mais imbecil do que a proposta da bancada bolivariana da Câmara de Vereadores de Porto Alegre ao querer trocar o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade.
O formoso argumento dessa plêiade abobada é que "não podemos homenagear torturadores".

Hein? Castelo Branco foi torturador? Ele foi presidente do Brasil. Ok, numa época de ditadura, algo que deploro e não quero de volta. Porém, por mais que presidente A ou B tenha sido conivente, ou mesmo propagador da ideia de torturar inimigos políticos, alterar o nome de uma rua não vai surtir efeito algum em absolutamente nada.

Bem ou mal, temos um passado, uma História. E esta História precisa manter os seus registros. Nem que seja para nos lembrarmos de uma época desagradável e que muitos de nós não têm saudade. Alterar o nome de uma avenida não altera o passado, e muito menos o presente, pois vivemos hoje num momento democrático - embora não totalmente democrático, já que ainda somos obrigados a votar e a servir às Forças Armadas - e se rebatizarmos a dita avenida, como que e um ato simbólico para deletar dos registros o nome de um presidente da época da ditadura, estaremos descaracterizando aquilo que mais nos difere de uma ditadura, que é justamente o espaço para as ideias diferentes e conflitantes das nossas. Sem contar que tem uma boa parcela da população que apoiou e ainda apóia a - segundo eles - revolução de 64.

Sabe, isso me cheira a talibã explodindo estátuas de Buda, ou seja, um ato de extrema intolerância ditatorial. Só não vê isso quem acha que ditadura boa é aquela que está do seu lado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Aborto, de novo...

Tem um deputado chamado Henrique Afonso, do PT do Acre que propõe a aberração chamada Bolsa Estupro, para, segundo esse estrupício, "evitar que as mulheres vítimas de estupro abortem".

Ou seja, agora além de quererem que você tenha a obrigação de dar à luz uma criança gerada de uma violência sexual, o contribuinte terá que virar "dindo" compulsoriamente.

Quando eu falo que o Brasil vive numa redoma de vidro de onde encubam-se as ideias mais imbecis dizem que eu sou mal-humorado. Mas porra, como é que não vou perder a alegria quando me deparo com uma notícia dessas?

Ainda segundo esse parvo,  "O aborto, para nós evangélicos, é um ato contra a vida em todos os casos, não importa se a mulher corre risco ou se foi estuprada. Esta questão do Estado laico é muito debatida, tem gente que me diz que eu não devo legislar como cristão, mas é nisso que eu acredito e faço o que Deus manda, não consigo imaginar separar as duas coisas."


Ou seja, ele quer legislar para um país multicultural, e que acolhe diversas manifestações de fé, a partir de conceitos e regras inerentes a UMA religião: a dele!

Então vai um recado para ele e para todos aqueles que são contra o aborto: não abortem! Mas não queiram impor uma regra que VOCÊS julgam de uma forma por causa de um conceito religioso (sim, porque todos os argumentos contra aborto são puramente religiosos)  para toda uma população que compreende, inclusive, aqueles que, como eu, acham que o cristianismo é uma bela merda.

Aliás, esse deputado é um belo exemplo de como o aborto, muitas vezes, não é uma má saída...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Nada a ver!

Tá rolando, nem sei desde quando, um vídeo no You Tube de um riquinho na praia de Jurerê Internacional, em Santa Catarina, onde ele aparece rasgando uma nota de 20 reais dizendo que aquilo não é nada. Ele está no meio de mesas com bebidas muito caras e coisas do gênero. Logo após o vídeo aparece cenas de gente morrendo de fome.

O recado é óbvio: enquanto você vê esse imbecil rasgando dinheiro, tem gente morrendo de fome.

E daí?

Me digam qual a diferença entre um imbecilóide rasgar 20 reais de outro que gasta 150 num show de pagode? Ou num baile funk? Ou gasta 1300 pra colocar som no carro? Tudo aquilo que envolve dinheiro - não interessa qual soma -  sendo gasto em algo que eu ou você não gastaríamos consideramos "rasgar dinheiro".

A diferença é o inusitado do cara literalmente rasgar uma nota de 20 reais. Mas no fundo é a mesma merda. Primeiro porque o dinheiro é DELE, e assim sendo, o bobalhão faz com ele o que QUISER. Aliás, não é a mesma coisa, pelo menos ele não tá pagando uma parte pro governo.

To defendendo que se deva rasgar dinheiro? Claro que não, eu to falando é que o fato do cara rasga-lo não aumenta a fome no mundo. E simplesmente porque correlação não significa causalidade! Ele rasgou 20, mas a tua vizinha gastou 2000 numa lipo. Qual a diferença? Você gastou 500 pra ir no Eric Clapton, qual a diferença? Eu gastei 600 pra ver Paul McCartney, vou me matar porque tem gente que não pode comprar pão? Claro que não! Eu lamento muito que tenha gente que não consiga comprar pão, mas eu não posso me sentir culpado por isso!

E se rasgar dinheiro é crime, bem, aí eu posso citar uma porrada de coisas que as pessoas também fazem com o dinheiro e que também é crime. Como, por exemplo, comprar CDs e DVDs piratas. Molhar o bolso do segurança pra deixa entrar na frente de quem tá na fila, comprar aqueles aparelhos de TV à cabo desbloqueados. Preciso elencar mais coisas belas?

Então devagar com o andor! Perder tempo com correlações infrutíferas é exatamente o que não podemos fazer.

Fui!

sábado, 19 de novembro de 2011

O Estado Transformou o Cidadão em Assassino

Pense rápido: quem você imagina ser mais fácil de identificar, uma pessoa embriagada ou um psicopata?

Não é preciso muito esforço para escolher a primeira alternativa. E por uma razão muito simples: uma pessoa embriagada tem seu comportamento alterado de maneira a tornar isso óbvio para qualquer olho destreinado.
Já um perito forense, ou um criminalista com anos de experiência ainda teria uma certa dificuldade para apontar um sujeito psicopata.


O que eu quero dizer com isso? Que essa ideia de baixar a tolerância de "embriagues" ao volante para consumo mínimo de álcool é uma das decisões mais injustas, covardes e autoritárias que já se teve notícia nos últimos 40 anos. Ou, em outras palavras: não havia necessidade NENHUMA de diminuir a tolerância no consumo, bastaria que qualquer oficial da lei flagrasse embriagues!

Com um canetaço, o meu pai, um senhor prestes a completar 70 anos, que dirige Brasil afora desde os 18 e que NUNCA se envolveu em acidente, no momento em que beber duas taças de vinho num jantar com a minha mãe, poderá ser parado por uma blitz, ser obrigado a soprar no bafômetro e sair algemado direto pra cadeia.

Por favor, QUANDO que isso é algo a ser aplaudido?

Em que isso vai melhorar alguma coisa? Onde que isso estabelece que os verdadeiros loucos que enchem a cara e saem matando pelas ruas vão, dessa vez, receber o que merecem?

O estado transformou todo mundo em assassino em potencial.

E cuidado, dependendo do seu organismo, o álcool leva até 24 horas para não acusar no bafômetro.

Parabéns ao Brasil e sua irrecuperável fábrica de leis idiotas.

sábado, 12 de novembro de 2011

Por que o livre-arbítrio é balela



Aquele promovido pelo cristianismo, deixemos isso bem claro. Pois, evidentemente, acredito que somos, até certo ponto, livres para escolhermos nossos caminhos, porém - como já disse Michael Shermer em um artigo que li há alguns anos - o conceito de livre-arbítrio não se suporta coexistindo com o conceito do deus da mitologia hebraico-cristã.

E simplesmente porque o deus dessa mitologia em particular tem como característica ser onipotente, onisciente e onipresente. Ora, se o bonitão é onisciente, pressupõe-se que é de seu conhecimento tudo o que aconteceu, tudo o que acontece e tudo o que acontecerá. Ou seja, nada para esta divindade é segredo, mesmo porque ele também está figurando na qualidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo (onipresente) e ser mais forte e mais adaptado que tudo que o cerca (onipotente).

Uma vez entendido que o deus em questão tem pleno e constante conhecimento do passado, presente e futuro de tudo - e isso inclui você e sua inócua vidinha - esqueça que você tenha o livre-arbítrio. Pois se todas as suas ações são vigiadas nessa tríade passado/presente/futuro, todas as suas escolhas, inclusive as que você tomará até o final da sua vida, já foram previamente arbitradas pelo papai-do-céu. Ou, em outras palavras, não interessa que caminho você acha que tem toda a liberdade de escolher, se vestir calça ou bermuda, se optar pelo cristianismo ou pelo budismo ou ir pra festa ou ficar em casa, o tal onisciente já sabe.

E isso, meus amigos, além de ser um lance completamente absurdo, é o maior tiro-no-pé dessa religião, pois são dois conceitos que são logicamente e fisicamente impossíveis.

Vamos supor que aceitamos a ideia da existência desse deus. Para que haja efetivamente e corretamente um livre-arbítrio, é preciso que tanto o agente fiscalizador (deus) como o fiscalizado (nós) comunguem de um momento de desconhecimento, de ignorância acerca da escolha a ser tomada. Se o agente fiscalizador já sabe o que o fiscalizado vai escolher, o livre-arbítrio cai por terra.

Sem contar que, no momento em que viemos ao mundo sem antes sermos consultados para saber se queremos, e então somos obrigados a seguir um conjunto enorme de regras nesse mundo, já há uma anulação do tal livre-arbítrio logo na origem.

Sei lá, pra mim é tão fácil enxergar imbecilidades conceituais dentro de qualquer religião que parece que eu to discursando sobre o supra-sumo da obviedade.

Mas enfim.

sábado, 5 de novembro de 2011

Vertical Man



Sabe quando foi a última vez que Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr gravaram juntos? Em 1998, para o álbum Vertical Man, do ex baterista dos Beatles.
Aliás, adicione nessa sopa Scott Weiland (Stone Temple Pilots), Brian Wilson (Beach Boys), Alanis Morissette, Ozzy Osbourne, Tom Petty, Joe Walsh, Timothy B. Schmit, Aerosmith e Steven Tyler e tenha em mãos disco de rock da melhor qualidade.

E em dias de aquecimento para o show do Ringo aqui em Porto Alegre, tenho escutado esse CD no carro direto. Tem coisas muito boas mesmo, como What in the  ... World, segunda faixa do álbum, que traz uma pegada beatle inconfundível. Tanto nos backing vocais de Paul como na guitarra limpa e forte de George. São os Beatles, caramba! E quem estava naquela sessão de gravações mal podia imaginar que estava vendo algo que não se repetiria, uma vez que 3 anos depois George Harrison nos deixaria.

Outra faixa daquelas pra desopilar, exorcizar os demoninhos é Drift Away, com Steven Tyler tocando bateria, e Tom Petty e Alanis Morissette dividindo os vocais com Ringo. Melhor que explicar é ouvir:



Enfim, meus caros! Fica a dica: Vertical Man, um grande CD de rock pra quem gosta de coisa boa!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Baixo, Cruel e Desnecessário

Bastou que fosse noticiado que o Lula está com câncer para que um monte de gente resolvesse sugerir, via web, que o homem deveria se tratar no SUS.

Olha, se pensarmos friamente, não seria uma má ideia que políticos, uma vez em seus mandatos, fossem obrigados a se tratarem pelo SUS. Pois no discurso a classe política do nosso país exalta essa merda de sistema como se fosse a coisa mais perfeita do universo, quando sabemos que não é verdade. Ademais, tenho certeza que melhoraria e muito.

Pagamos demais para a manutenção de um estado ineficiente. Um estado que já provou há tempos que é totalmente incompetente para gerir o erário público. Mas, no entanto, seguimos pagando impostos acachapantes sob pena de sermos presos caso sonegarmos.

Não vou ficar aqui chovendo no molhado falando do sistema de saúde no Brasil, pois parto do pressuposto que vocês são tão ou mais informados que eu.

Um dos maiores críticos do PT, o jornalista Reinaldo Azevedo, coleciona os emails de insultos por parte de petistas de quando fora diagnosticado com tumor cerebral. Coisas lindas de se ler, como "tomara que vc morra", etc. O cara inclusive foi insultado pelo blogueiro oficial do Lula. Reinaldo, por sua vez, nunca utilizou desse discurso baixo contra Dilma, José Alencar e até Hugo Chavez. Ele manteve a sua crítica ao campo das idéias.

Usar o câncer do Lula como trunfo para criticá-lo é baixo, cruel e desnecessário.

domingo, 30 de outubro de 2011

Histeria Antiamericana de novo...



Você tem o direito de não gostar de Halloween. Tem o direito, inclusive, de fazer campanha para que não haja Halloween. Mas nesse último caso, essa sua atitude dá pra mim o direito de achar você um babaca.

Primeiro porque a alegação principal dos histéricos anti-halloween é a tal "americanização da nossa cultura tirando nossa identidade cultural". E isso é de uma estupidez invejável. Entenda que não existe país no mundo que celebre somente aspectos exclusivamente domésticos. Todo conjunto cultural de qualquer lugar sofreu, sofre e sofrerá influência externa.

E não há problema nenhum nisso, muito pelo contrário, o intercâmbio dessas culturas é saudável, interessante e, no mínimo, divertido. Ou você acha que o carnaval originou-se num barracão na Mangueira? Ou que o Papai Noel usa aquelas roupas de inverno em pleno escaldante dezembro tropical porque ele é sádico?

Devagar com o andor, queridos, pois isso já está ficando ridículo. O movimento anti-halloween nada mais é do que o velho antiamericanismo bobalhão com outro nome. Tenho certeza que se essa naba tivesse sido iniciada em Cuba tava cheio de universitários de sandálias vestidos de fantasma desde a década de 60 batendo em nossas portas gritando "TRUCO O TRATO?".

E o mais engraçado disso tudo, é que os caras começaram uma campanha no Facebook contra a americanização da cultura brasileira sugerindo que, ao invés de celebrar Halloween, celebre-se o tal Dia do Saci. Ou seja, na cabeça desses parvos, uma celebração cultural inocente é instituída goela abaixo.

Além do mais, se querem fazer algo contra o que consideram ser essa "maldita invasão ianque", comecem saindo do Facebook, ora, bolas!

domingo, 23 de outubro de 2011

Permissum Vita Ostendo Mihi Via



George Harrison, cansado de tantas reuniões na Apple em 1969 sobre as pendengas judiciais em que os Beatles tinham se transformado, onde Alan Klein - novo manager - e John Eastman - advogado - brigavam pelo controle do grupo, resolveu que em um dia faltaria a uma.

Pra onde ele foi? Pra casa do seu amigo, Eric Clapton. Lá pegou um dos violões do guitarrista e pôs-se a andar pelo jardim. Em minutos tinha criado uma das músicas mais bonitas que se tem notícia em nossos tempos: Here Comes the Sun.

Provavelmente se George não tivesse enchido o saco das reuniões estressantes e decidido ser dono da própria vida não teríamos essa bela melodia em Abbey Road, último disco da banda.
São curiosos os caminhos que o acaso julga mais conveniente para resultar em algo brilhante. Na maioria das vezes vivemos nossas vidas como se fosse uma equação fechada, de regras definidas e de resultados esperados. Mas muitas dessas vezes quando o resultado não é aquele que esperamos somos surpreendidos positivamente ou negativamente.
Por isso que de uns tempos pra cá deixei de ser tão cartesiano e resolvi adotar a filosofia de Zecus Pagodinhus: permissum vita ostendo mihi via, ou simplesmente: deixa a vida me levar.

A partir de agora vou calcular menos as probabilidades, vou pensar menos sobre qual rua tomar, sobre qual bebida evitar, sobre qual livro comprar. Serei menos robótico e mais visceral, menos neurótico e mais compreensivo. Vou a mais festas e a menos compromissos "necessários". Vou correr quando tiver que caminhar, vou caminhar quando tiver que correr e vou ficar 4 horas tomando banho.
Vou ouvir a mesma música 10 vezes, ver o mesmo filme e chorar igualmente à primeira vez.
Vou relaxar, vou deitar no chão, rolar na grama com o cachorro, e ir do trabalho pra casa pela via mais distante e cheia de curvas.

E aí, quando eu menos esperar, criarei meu Here Comes the Sun. Nunca se sabe.

(E a Patty Harrison era uma coisinha, né?)

sábado, 15 de outubro de 2011

Ode II

O deputado
assustado
perguntou revoltado
     onde pararam minhas diárias?

o prefeito
reeleito
perguntou em um tom rarefeito
     o que aconteceu com minha conta bancária?

a presidentA
comendo polentA
questionou de forma lentA
     onde colocaram as chaves da casa da praia?

o vereador
ao abrir o refrigerador
indagou num momento de dor
     cadê a sobremesa que não comi ontem?

E o povo
com cara de ovo
votou de novo
     nesse bando de filho da puta

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tadinho de Quem Tomou o Toddynho Todinho

Tadinho de quem tomou o Toddynho todinho
Pois queimou o biquinho
Ralou o beicinho
Ficou vermelhinho
Além de ter engordado um pouquinho

Achocolatado com gosto de infância
No Afeganistão
Trocou o Nescau por uma punição
Pagou com a pele a sua inconstância

Enfim, do que bateu no estrombo, fez um calombo
Arroto, grito, dor, irritação
Como se tivesse trocado um espeto corrido por um combo
De mcfritas com maionese e um xis coração

sábado, 1 de outubro de 2011

O Jornalismo e o jornalismo

Eu temia um dia ter que dizer isso, mas a qualidade dos programas de televisão aqui no RS está indo de mal a pior.

Qual é a novidade, Fábio? Já sabemos disso há anos!

O problema é que agora está, gradualmente, chegando a uma categoria que eu torcia ainda demorar para ver: o Jornalismo.

Sou viciado em Jornalismo. Gosto de informação. Até hoje não sei por que não cursei uma faculdade de Jornalismo. É, ao meu ver, a profissão mais importante que existe, pois ela é o elo (ops) entre o que ocorre em nossa cidade, país ou mundo e nós. Através dessa nobre profissão somos informados e podemos, a partir daí, formular nosso julgamento, nossas opiniões e também entrar na conversa. Enfim, eu até faço questão de escrever Jornalismo com jota maiúsculo.

Mas infelizmente o espaço reservado para um Jornalismo de boa qualidade está sendo descaradamente diminuído para dar sala ao jornalisminho histérico que vem do centro do país, mais especificamente de São Paulo, e que é liderado por figuras como José Luis Datena.
Na real, esse perfil horrível foi pela primeira vez introduzido na década de 90 pelo finado "Aqui Agora", uma coisa tão bizarra que fez mais sucesso pelo seu perfil mondo cane do que pela seriedade que deve ser empregada em qualquer via que se autodenomine Jornalismo. Naquele programa, para quem não teve o desprazer de ver, desfilavam figuras grotescas como O Homem do Sapato Branco, Gil Gomes e ... Maguila - sim, Maguila era comentarista de política.

De lá pra cá - como não é de se estranhar no Brasil - a porcaria foi se aprimorando e ao longo da década de 90 até hoje os canais de televisão como Band, SBT e Record polvilharam a sua grade com esses programas de perfil apelativo. E não de perfil popular, como querem alguns. Definir essas porcarias como sendo de perfil popular é querer rotular a população do Brasil como um bando de retardados. E, além disso, é querer dar um aspecto de nobreza na intenção dessas emissoras em oferecer o que "o povo quer ver".
O que é uma puta sacanagem, pois é óbvio que uma grande parte da população, dentro de sua limitada erudição, bate palmas pra esse subproduto.
Você não pode esperar que um grupo grande de pessoas que NÃO LÊ não ache esses programas entusiasmantes. Não tem saída! E o pior é que esse tipo de "erudição" fica fomentada pelas bolsas-esmola, mas isso é outro assunto.

Então, meu amigo Jornalista de verdade que sei que está lendo este texto, por favor, o futuro do Jornalismo com jota maiúsculo está nas suas mãos. Salvem-nos enquanto é tempo!






domingo, 25 de setembro de 2011

Bienal

Fui na Bienal. O lugar é bem legal. Está instalada no cais do porto em Porto Alegre e as obras dispostas dentro dos pavilhões. Na entrada tem um café de frente ao Guaiba, onde é possível almoçar e beber uma Heineken gelada. E o dia pedia. O tema dessa Bienal é Ensaios De Geopoética.

Tem coisas interessantes, e outras mais viajantes do que realmente interessantes. Chama a atenção um espaço pra Sealand, o menor país do mundo. Na real uma antiga plataforma da segunda guerra que uma família britânica se apossou, cunhou moedas, esboçou meia dúzia de leis e lá ficou. De acordo com uma Lei da ONU, basta que se limite fronteiras e que haja um mínimo de UMA pessoa vivendo num punhado de terra para que seja reconhecido como país. No começo da Bienal o filho do fundador estava lá vendendo títulos de nobreza pro país a 60 reais. Uma pena não ter estado lá, pois certamente teria comprado, conseguido um passaporte diplomático e ser o Barão Emerim.

 Mas a obra que mais me chamou a atenção foi um painel que unia as bandeiras dos países da América Latina. Nada demais não fossem dois detalhes interessantes: as bandeiras eram feitas em areia colorida contida entre duas formas de vidro e entre elas havia caninhos ligando uma à outra com formigas caminhando dentro.
As formigas levavam as areias coloridas pelos canos, deixando rastros nas bandeiras e mistura de cores naqueles caminhos por elas traçados. Atrás do painel havia uma caixa de acrílico para onde todas as formigas migravam. Lá dentro elas comiam e formavam o formigueiro-base. Fiquei com medo de perguntar maiores detalhes, vai que o autor tivesse lido As Veias Abertas da América Latina e quisera representar os americanos levando nosso "sangre latino" para a caixa-tio sam. Fiquei meio cabreiro depois de ter lido tanto a palavra REVOLUCIÓN escrita lá dentro. De qualquer forma não resisti em perguntar onde estava a bandeira de Cuba. A guia falou que não tinha. Aí expliquei pra ela por quê. Obviamente a bandeira representando Cuba estaria hermeticamente fechada, de maneira que as formigas, impedidas de sair de lá, morreriam sufocadas.

 Ela riu.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TOCA RAUL!!!!



Da série de coisas que me irrito em nossa abençoada política brazilêirra, a top é a sua característica teimosia em ser incoerente.
Eu juro que tento. Tento mesmo ser alguém que acredita na nossa classe de representantes. Tento ser razoável, menos casmurro, mas é brabo. Como posso seguir meus dias de forma serena quando, de repente, ligo a TV e vejo a PresidentA defendendo as mulheres, dizendo que em pleno século XXI é inconcebível que tenhamos situações sociais onde a mulher não figure em um mesmo patamar de importância que os homens e ao mesmo tempo, no mesmo dia e no mesmo palanque defende o Estado da Palestina, um lugar onde, a exemplo daqueles países cuja política encontra-se totalmente infectada pela religião, trata suas mulheres no cabresto?

Eu fiquei imaginando aquela meia dúzia de representantes palestinos presentes ao evento da ONU totalmente confusos pensando: "porra, mas que diabo essa louca tá falando?"

Eu sei o que ela está falando! Pois amigos, a política é a arte de defender o indefensável. Como pode, pensam vocês, que uma mulher defenda um lugar onde, tivesse ela nascido lá, estaria em casa debaixo de 40 quilos de pano cozinhando grão-de-bico pra filharada e apanhando do marido? Ora, basta ser antiamericana!

A Dilma flerta com aquela velha cusparada esquerdóide que defende que o Holocausto não aconteceu, que o 11 de Setembro foi armado pelos americanos e sempre se posicionou fortemente contra Israel e a favor do Irã.
Mas calma, eu disse que ela FLERTA com essas idéias.

Pois ela não é louca de ser uma presidentA tão incompetentA. O problema é que como ela não pode deixar pra lá totalmente essa lenga-lenga do caralho, acaba por enxugar o discurso e deixando a coisa completamente biruta.

Então você não entendeu errado: A Dilma engrandece a mulher e defende um lugar que é mundialmente conhecido por criar suas mulheres em cativeiro. Algo tipo você pagar pra ir a um Centro de Tradições Gaúchas pra ficar gritando: TOCA RAUL!






segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Devagar com o andor!

Semana passada a Globo.com noticiou que na década de 40 um grupo de cientistas norte americanos teria feito uma série de experimentos médicos com guatemaltecos sendo usados como "cobaias humanas", o que acabou resultando em morte e doenças dentro grupo de pessoas.

Pronto, foi o que bastou para pipocarem mensagens de ódio a quem? Óbvio, aos EUA.

Vamos fazer um pequeno exercício? Pegue qualquer livro, revista ou site que traga informações sobre o que os nazistas fizeram na Segunda Guerra. Seja experimentos doentes, seja qualquer absurdo perpetrado por eles, jamais você lerá que quem fez tal coisa foram os alemães. É perfeitamente - e corretamente -  identificado que os autores dessas barbaridades foram os nazistas a mando de Hitler, e não a Alemanha!

Então por que quando um grupo de cientistas americanos malucos fazem experimentos absurdos, quem leva a culpa é uma nação inteira? Por que ao invés de haver uma correta identificação de um pequeno grupo que cometeu um erro, a crítica fácil não hesita em dizer que os "EUA mantiveram experimentos com cobaias humanas nos anos 40"?

Queridos, isso é antiamericanismo! E nada mais irracional do que concluir que um país é culpado de alguma coisa real ao invés de fazer um pouco mais de esforço e ver que há grupos de pessoas com pensamentos diferentes em qualquer lugar.

Essa crítica-eco, ou seja, a crítica que sai quase que automaticamente como um meme impensado é a coisa mais fácil que existe. E todo mundo, um dia, já caiu nessa armadilha. Um outro alvo preferido desses críticos de botequim é a rede Globo. Tem programa ruim na Globo? Claro que tem! Mas tem muito mais nas outras, e acho que é uma loucura que se critique a Globo dessa maneira amplificada e exagerada quando se tem uma Rede Record, por exemplo, que além de copiar descaradamente a grade da rival, dedica seu editorial claramente a atacá-la, sem contar que o canal ainda serve como via de propagação daquela igreja deles, que vende desde água benta a perdão dos pecados. E o mais engraçado disso tudo, é que o movimento da igreja do Edir Macedo é proveniente, mesmo que distante, do protestantismo, que foi resultante de uma reforma no século XVI justamente porque a Igreja Católica, entre outras coisas, vendia perdão de pecados.

Então devagar com o andor! Saibamos identificar os alvos das nossas críticas para que elas sejam mais justas e menos idiotas.

sábado, 10 de setembro de 2011

Bom dia, Falcatrua!


As grandes maracutaias que ocorrem em nível de Congresso Nacional, ou na Câmara de Vereadores da sua pequena cidade de 30 mil habitantes, são um espelho das pequenas falcatruas que você faz quase que diariamente em sua vida.

Quando você estaciona o carro numa vaga de idosos ou de deficientes porque "vai ser rapidinho", é uma falcatrua. Quando você fura a fila do banco, é uma falcatrua. Quando você passa o sinal fechado, ultrapassa pelo acostamento, pede pro cara do restaurante colocar uns "pilas a mais na notinha", quando faz gato da TV à cabo em seu prédio, quando pede pra algum amigo que está perto do guichê de atendimento numa imensa fila pra pagar o seu boleto, quando vai mancando ao INSS pra fazer perícia e sai andando normal, enfim, é falcatrua!
E eu sei que você se viu, pelo menos, em dois desses eventos.

E pior do que se ver em um desses casos, é ter aquele pensamento de que, como foi com você, aí pode! Pode porque, afinal de contas, você trabalha (como todo mundo), paga impostos (como todo mundo) e aguenta aqueles safados em Brasília (como todo mundo). Mas não se dá conta de que está agindo, em menor escala, como "aqueles safados de Brasília".  Você faz parte de uma massa representada, e muito bem, por aqueles que roubam, desviam, prevaricam e envergonham uma certa parcela da população que, ora vejam, não pratica esses pequenos atos diários de corrupção.

Existe um pensamento errado em nossa sociedade que dita que devemos, via voto, trocar os nossos representantes por gente que presta. Porem, não vejo ninguém dizendo para que nós mesmos comecemos a nos policiar de maneira a diminuir de forma importante essa nossa maldita mania do jeitinho brasileiro. Será que é tão difícil assim perceber que a mudança começa na nossa casa? No nosso trabalho? Na nossa ida ao banco, à farmácia e ao trabalho? É tão complicado entender que, no momento em que nós, como cidadãos, começarmos a agir com mais ética, dando espaço pro outro carro trocar de pista, ou parando diante da faixa de segurança, naturalmente o processo através do qual escolhemos nossos representantes, e eles mesmos, sofrerão uma mudança numa espécie de reação em cadeia?

Em outras palavras, como diabos você espera que um grupo de filhos da puta vai colocar gente que presta pra representá-los?

Caia na real, porra! Comece por você!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pessoas que Não Existem

Vou correr o risco de ser esculachado aqui, mas eu não entendo que haja pessoas entre 20 e 40 anos que não tenham perfil em nenhuma rede social. Seja Facebook, seja Linkedin ou o próprio moribundo Orkut.

Porque aqui já estamos falando em três vias distintas: uma social realmente e que é bem hype, outra que é estritamente profissional e outra extremamente popularizada. Então veja, se o sujeito não é um profissional que precisa de networking, emprego ou oferecer emprego, ou mesmo manter-se atualizado no mundo dos negócios está fora do Linkedin. Aí sobra o Facebook, onde você encontra amigos das antigas, combina passeios, festas e qualquer tipo de eventos. Atualiza os amigos distantes sobre a sua vida e compartilha fotos. Ou se for mais antigo na internet, já se aventurou no Orkut fazendo a mesma coisa.

Pra todos estas redes existe a opção de deixar o perfil protegido, ou seja, somente as informações que você quer estão disponíveis. Assim como fotos, vídeos, etc.

Então por que uma pessoa que tem computador, vive nossos tempos e está naquela faixa etária acima simplesmente dá de ombros a essa verdadeira revolução social?

Possíveis respostas:

a) fobia social;

b) deve pensão alimentícia

c) quer ser do contra

Que outra razão faria com que alguém simplesmente não fizesse questão nenhuma de fazer parte dos nossos tempos? Na boa, que gente chata!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Defuntos do Asfalto

Vereadores de Canoas, a exemplo de Porto Alegre, querem aumentar seus vencimentos. Os caras já ganham uns 10 mil por mês pra não fazerem nada, vamos combinar. A não ser que alguém ache que seja trabalho dar nome de defunto pra ruas, ao invés de tapar seus buracos.

Aliás, quando foi que tornou-se regra que falecidos tenham seus nomes dados a ruas? Antigamente passávamos pela "rua do Poço", "Alameda da Igreja", "Beco das Garças", era mais poético e tinha um toque de História dentro dessas denominações. Hoje a impressão que você tem é de estar passando num corredor de cemitério.

É a sacramentação do puxa-saquismo político, que faz com que, pra agradar família A ou B, ruas são batizadas com os nomes de figuras "ilustres" de um determinado local. Não sei quantas ruas Canoas tem, mas certamente é muito menos do que o número de gente falecida que tenha tido alguma importância que justifique a homenagem. E se os homenageados em questão foram políticos, aí sim que nao têm importância nenhuma.

Vamos combinar, político é o servidor público (se é que assim pode-se denominar) mais inútil que se tem notícia. No caso de ser um vereador, comparece 3 ou 4 dias na semana, tem uma porrada de benefícios, e não trabalha.

Agora, com licença, pois eu trabalho de verdade.


sábado, 27 de agosto de 2011

Mancada, Ipanema, Mancada

Semana passada uma rádio aqui do RS, especificamente de Porto Alegre, chamada Ipanema FM resolveu, sabe-se lá por que, dar um "golpe de marketing". Durante 20 horas trocaram radicalmente o perfil de ser uma rádio de música fora do mainstream (normalmente você sintoniza na Ipanema e ouve um Led Zeppelin, um Zappa, ou mesmo um Peter Tosh) para uma seleção que ia de Luan Santana a Wando. Tudo isso intercalado por uma efeêmica voz que dizia SUCESSO, ou SÓ AS CONFIRMADAS!

Confesso que no passado eu ouvia mais a Ipanema. Pro meu gosto começaram a tocar reggae e rap demais. Especialmente rap nacional, que eu acho uma merda. Se a Ipanema resolvesse tocar só gospel, pra mim não faria diferença nenhuma, uma vez que quando eu quero ouvir música coloco meus próprios CDs no carro ou em casa.  Mas duas coisas me deixaram inquieto com essa atitude. A primeira foi a total falta de fundamento. Fosse uma brincadeira de uma hora ou duas no Dia do Rock, por exemplo, acredito que entenderia. Mas 20 horas? Evidentemente os ouvintes da rádio, que são em sua grande maioria inconformados com o tipo de som que se toca nas rádios FM mais tradicionais, floodaram blogs de música, twitter e Facebook com frases de indignação. O meme rápido do dia foi que a BAND São Paulo (dona da rádio) - como uma entidade maligna - iria descaracterizar o seu perfil alternativo de 27 anos para transformá-la em uma rádio FM comum. Claro que aquele roqueiro mais tradicional ficou indignado.

A outra coisa que me incomodou foi o caráter absolutamente preconceituoso da atitude em si. Fosse somente o troço e depois um pedido de desculpas pela brincadeira, ok, mas houve um discurso sectário e preconceituoso contra todos os outros estilos musicais tocados nas outras FMs. Coisa do tipo: "nós somos melhores do que eles". "Eles não vão nos vencer."

Coisa mais trouxa! E vejam, ninguém é mais radical pra ouvir música do que eu, mas também, jamais vocês encontrarão cara mais respeitador e defensor do direito das pessoas de ouvirem ou tocarem o que quiserem.

Achei a atitude da Ipanema antipática, de mau gosto e preconceituosa.

Sem contar de uma total falta propósito.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dois corpos, Dois Copos e Três Destinos (parte 1)

Letícia respirava por aparelhos, mas mesmo assim conseguiu preparar uma noite e tanto para Duarte. Duarte chegara cansado, ombros duros, cavanhaque encharcado, cabelos despenteados, unhas sujas, joelhos esfolados. Tivera, sem dúvida, um dia difícil, no fórum.

A mesa, posta, indicava que Letícia tinha feito algo mais do que urinar nas fraldas naquela noite. Deixara as pimentas de molho, o vinho na adega, a prótese na cama e os vídeos de Hulk Hoogan no pause. Queria uma noite supimpa.

Duarte, percebendo o desenlace que viria a seguir, pôs-se a despir-se e adentrou o box já com um xampu numa mão e o chicote na outra. Era um homem cheio de sonhos.

Do quarto no terceiro andar, Letícia, com óbvia dificuldade de locomoção, passava, com sofreguidão, o pó em seu rosto. Havia desistido do baton, que passara entre gemidos de dor por conta do seu atrofiado tendão do úmero. "Ficou apenas uma corzinha", pensou, "ele adora apenas uma corzinha".

"Orgia! Orgia!",  dizia Duarte ao que passava o sabonete em suas axilas. Ato jamais conseguido até os 15 anos,  quando finalmente conseguiu adestrar seus pequenos braços frutos da Talidomida tomada pela mãe para evitar enjôo. Mãe esta que se matou ao ver aquele semi-focomelo chorando todo ensanguentado. 

Continua em 2012

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Passividade que Assusta

A polícia londrina cometeu um erro e aparentemente deu um tiro num inocente. 

Foi o que bastou para desencadear uma onda de ataques nas ruas jamais vistos antes em UK.  Prédios sendo incendiados, saqueados e carros sendo quebrados. Tipo o que houve em Paris, lembram?

Eu achei estranho, pois a polícia de Londres sequer anda armada. Sim, lá os caras carregam, no máximo, um taser, que é aqueles aparelhos que te dão um choque violento - que não mata - mas te deixa quase mijando nas calças e tremendo na frente dos hômi.

Ai eu fiquei pensando em algumas coisas. Como, por exemplo, o fato de que em Londres, você não precisa pagar para ter uma boa educação, tem atendimento médico gratuito e bom, tem segurança (a ponto de, como disse antes, os guardas não andarem armados), o sistema de transporte público é uma maravilha, metrô e ônibus trabalhando numa simetria absurda! Ou seja, os impostos que você paga são verdadeiramente revertidos em benefícios. Se você pega um táxi, que, ok, não é algo público, o motora SABE aonde e por onde ir.

Quem eu conheço que vive lá, de lá não volta nem fodendo.

Agora pega o Brasil. Impostos estratosféricos e que não voltam em benefício, a não ser pro benefício de uma meia dúzia... Tanto assim o é, que a saúde entrou em colapso, a educação é uma vergonha e a segurança é inexistente.
Frente a isso, o que fariam os ingleses que hoje quebram tudo em Oxford Circus morassem eles em nosso confortável e digno país?

Será que seriam como o brasileiro, que só sai às ruas demonstrando indignação quando o Corinthians, ou Flamengo ou qualquer outro time popular é prejudicado por alguma arbitragem infeliz?

A atitude desses ingleses, embora lastimáveis, não deixa de ser um tapa na nossa cara. Na nossa cara passiva e bunda-mole.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dias de Orgulho

Não vejo por que tanta celeuma na questão do dia do orgulho gay. Eu entendo perfeitamente a motivação desse movimento, embora ache as paradas um tanto caricatas. Pra mim me parece lógico que um dia para celebrar o orgulho gay justifica-se devido ao histórico de uma parcela muito significativa da população que viveu, durante anos, à margem da sociedade. Sofrendo preconceito dentro de casa, no colégio, no trabalho, enfim, na vida. 

Assim como os negros, que também sofreram com o preconceito ao longo da história é compreensível que haja uma data, um dia, uma celebração para resgatar a auto estima dessa galera. Eu sou muito solidário a todos aqueles que trazem em sua estrada uma história de dificuldades devido ao preconceito como um obstáculo. E preconceito é a ignorância em uma das suas mais evidentes manifestações.

Por isso que achei uma idiotice a instituição do dia do orgulho hétero em São Paulo. Por que raios os héteros (categoria a qual me incluo) teriam que ter uma data para resgatar a sua auto estima? Parece birra de criança quando o vizinho ganha um brinquedo e faz beiço! Ora vão fazer beiço pra puta que pariu! Que gente mais otária!

Os caras são tão burros que entendem que o dia do orgulho gay é uma data para celebrar uma condição sexual. Se fosse isso eu acharia uma coisa imbecil. Mas trata-se de um ato para que um grupo mostre-se na sociedade como se dissesse: "hey, não queremos mais viver com vergonha de sermos quem somos porque vocês fazem cara feia! Foda-se a cara feia, também temos o direito de sermos tratados com dignidade e respeito!"

Só isso! 

A intituição do dia do orgulho hétero é um daqueles eventos que me fazem ter muita vergonha dos belos representantes que estão com a caneta na mão...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Siglas que Ninguém Conhece

SOBERBA - sociedade beneficente de rabinos bahianos
AGRURA - Agremiação uruguaia de radialistas
AFUDER - Associação federal de unguentos para dermartite
BURRA - Bureau Unificado de Replicadores de Ritmos Africanos
CANHOTO - Comitê Americano Nonsense de Homens Ornitólogos Trocadores de Ósculo
CADELA. - Comunidade Anônima de Escritores de Livros Apócrifos
AMENDOA - Associação Multidisciplinar de Entendedores de Ornamentos Açorianos
FODA - Fundação Osoriense de Dadaismo Arborígene
CU - Conluio Ultratridimensional
PENIS - Partido Esteiense de Ninfomaníacas Selecionadas
AORTA - Associação Otimizada de Refluxo Traqueostóico Animal
LOMBRIGA - Liga de Obudsmen Brasileiros Iniciados em Grego Amerindio
PROBLEMA - Partido ROndonense de BLenorragia Externa Menos Arritmica
PROBLEMAO - Partido ROndonense de BLenorragia Externa Menos Arritmica de Osório
CONFIA - Comunidade Osoriense de Nanotecnologia para Fins de Imediata Aplicabilidade
MUQUINFO - Manifesto Universal Da QUINta Feira Ovina
RAIO - Ramificação Anônima de Ilustrações Originais
CORNOS - Comunidade Osoriense de Romeiros Não Selvagens
BRONHA - Bureau Rondonense de Homens Anfibios
EXPO REAR - Exposição Regional de Artes Rupestres
COLICA - Comitê Otimizado de Legalistas Iniciadas em Comunicação Aeroespacial
FARINHA - Festividades Anárquicas de Idiossincrasias de Novo Hamburgo Antigo
BOSTA - Bureau de Ostentação Surreal de Teorias Absurdas
VAGINA - Viveiro de Amigas Gozando INtimidades Atípicas
PAU - Projeto Americano de Utilidades

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Estratosfera é o Limite?

Vão construir um edifício em Dubai para rivalizar com a recém erguida Burj Kalifa, de 828 metros de altura. O projeto prevê 1000 metros, o que me faz ter algumas considerações a respeito. Por exemplo, imagina o sujeito, por um motivo ou outro, chegar ao último andar e só então se dar conta que deixou o celular no carro? Ou, ao contrário, quando descer na garagem, perceber que deixou a chave do carango na mesa da sala...
 
E a reunião de condomínio, então? Pelo tamanho do lugar e número de apartamentos cada reunião provocará feriado! Se o Sr Ahmed do primeiro andar esquecer do compromisso, que se dará no apartamento do Sr. Mohamed, do 9004, o fuso horário não permitirá que o condômino chegue ao local referido antes do fim da reunião.
Sem contar as novas desculpas para chegar atrasado ao serviço:

- desculpe, chefe. Mas havia um congestionamento infernal entre o septuagésimo primeiro e o septuagésimo segundo. 

Fico imaginando o sofrimento dos porteiros:

- Bom dia, eu quero ir ao apartamento do senhor Mohamed, por gentileza.
- Pois não, de qual andar?
- do octagésimo quinto.
- Ah, que bom, nesse andar tem só 325 Mohameds, qual o sobrenome?
- Ahmed!
- Puta que pariu...

Agora, qual a necessidade de se construir prédios tão altos? Até a paisagem fica sem graça, pois tudo fica inindentificável a mais de 500 metros do solo: 

- Ahmed 2, peça pro Ahmed 1 ver na sacada se o telepizza já está dobrando a esquina!
- Não dá, mãe! O pai tá usando o Hubble pra ver se é o ar condicionado do 78003 que tá pingando de novo!

Enfim, chegará o dia em que as leis da física impedirão prédios mais altos que esse. Caso contrário cada vez que o morador da cobertura quiser fazer uma festinha terá que pedir que levem as bebidas e as máscaras de oxigênio.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sobre a Competência pra nos Foder e a Incompetência pra nos Ajudar

Esses dias recebi uma multa. Dizia que no dia 18 de julho, segunda-feira, fui flagrado falando ao celular numa via importante aqui de Porto Alegre.
Peguei o calendário e vi que naquele dia e naquele horário eu estava em outra cidade em plena aula numa empresa onde presto serviço.

Eu tenho até final de agosto pra entrar com revisão e o escambau pra, só então ( e após pagar a multa), ver se consigo ter o caso revertido.

Mas não vou fazer isso.
Não sei vocês, mas eu tenho mais o que fazer a ficar indo e vindo pra fórum e ficar dias adubando as ervas da burocracia. Eles que enfiem no rabo meus oitenta e poucos reais.
Ademais, não conheço ninguém que tenha tido sucesso na reversão de multa. O que acontece é apenas um bando de palhaços fazendo gato e sapato para tentar não ser cobrado injustamente e no final das contas fica por essas.

Ou seja, quem reclama da incompetência do poder público é porque nunca foi multado.  Pra isso, pra nos foder, eles mostram uma destreza de primeiro mundo. Agora, quando é para nos ajudar, socorro!
Hoje entrei na Ramiro Barcelos, apenas uma das vias mais importantes da capital gaúcha, para saber, somente uma quadra adiante, que eu não deveria ter entrado lá. Estavam dois agentes de trânsito desviando o fluxo de veículos pra outra rua, causando, óbvio, uma tranqueira do cacete.

Cadê a competência primeiromundista pra colocar uma placa avisando ANTES dos otários entrarem na rua?
Tinha nego quase saltando do carro pra voar no pescoço dos agentes. Um mais exaltado gritava da janela chamando os caras de incompetentes. No que o motorista fechou a janela e entrou na outra rua, um dos agentes pegou uma caderneta, olhou fixamente pra placa do carro e anotou alguma coisa. Nunca saberemos o que ele anotou. Provavelmente o dono do carro, mais tarde, saberá. E talvez o agente nem tenha feito nada fora do comum ou desonesto. Mas com tanta multa maluca que chega diariamente pra muita gente, não é de se desconfiar? Você põe a mão no fogo?

Olha, eu já fui multado e com razão. Que que eu fiz? Limitei-me a pagar sem chiar e reconhecer que fiz caquinha. Porque a gente erra, e aprende com os erros. Mas agora não foi justo. Só que de igual forma, e pelos motivos acima esclarecidos, vou pagar também. É o que nos resta.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Atividade Médica Irresponsável

São 17 horas e aqui estou na sala de espera pra ser atendido pelo médico que originalmente era pra ser às 16:30.

Não sei vocês, mas não me lembro uma única vez que eu fui atendido por um médico na hora marcada.
Não entendo qual a razão pra esse descalabro, uma verdadeira tradição irritante de NUNCA atenderem pacientes na hora marcada.

E é dia de semana, ou seja, tive que fazer uma ginástica pra reagrupar a minha agenda do dia e mesmo assim os prezados doutores acham que ninguém tem mais nada pra fazer.

Desconheço como é nos outros países, felizmente nunca precisei me utilizar de algum profissional da saúde em alguma viagem pra fora, mas eu tenho uma leeeeve suspeita que esse tipo de desrespeito tem seu epicentro in our sweet land.

Eu trabalho com agenda. Meu lema é começar e terminar meu compromisso na hora combinada. Primeiro porque, ao contrário da classe médica brazuca, eu sei que existe um mundo lá fora cheio de gente com seus compromissos, suas famílias e suas necessidades. E segundo porque meus alunos PAGARAM por essa pontualidade. Assim como eu paguei pela minha consulta, pois é particular, e nem é em hospital ou posto de saúde.

São 17:10

17:23 e o médico chamou outro paciente. Fui até a secretária e mostrei minha irritação. Bela consulta que vou ter, com vontade de mandar o médico tomar no rabo! Vou te contar um troço, sabe?

Eu tenho compromisso mais tarde. E diferentemente desse seguidor de Hipócrates, eu vou honrá-lo nem que para isso eu tenha que pegar meu dinheiro de volta e ir embora.

Depois eu que sou o irritado, mas porra, olha os troços que acontecem comigo!

17:30, estou há uma hora esperando pra ser atendido.

17:51 estou em casa. A gota d'água foi colocarem um cara na minha frente.

Pedi meu dinheiro de volta. Sim, a atividade médica está essa merda.

Tem Preconceito Sim Senhor!

Uma das discussões que permeiam entre os fóruns de debate na internet voltados ao ceticismo é o questionamento que alguns fazem quanto a real necessidade de se fazer uma campanha alertando quanto ao preconceito contra os ateus.

Dizem que está-se vendo um exagero, que não é bem assim, etc. 

Pois bem, a Atea, organização independente brasileira que iniciou neste mês aqui em Porto Alegre a divulgação da campanha por meio de outdoors, começou a fazer algo interessante. No seu twitter pôs-se a retuitar mensagens com teor "ateofóbico" se me permitem o neologismo.

E não é pouca coisa. Por exemplo, veja algumas das pérolas retuitadas pela Atea nos últimos dias:

"Que mundo é esses em que as pessoas banalizam a vida e não têm Deus no coração...?" @PatriciaSena

"Essas pessoas que agridem idosos, crianças e pessoas especiais simplesmente não tem Deus no coração" @taayna_s

"este país está virando um caos porque a maioria dos seus governantes não tem Deus no coração. Feliz da nação cujo Deus é o senhor"   @maianihon

"só entra no mundo das drogas quem não tem deus no coração" @heymarini

"Deus que me perdoe, mas eu odeio ateus" @dearthali

"Depois que o Pc Siqueira disse que não acredita em Deus eu comecei a odiar ele" @tamarahelenp

Ou seja, em poucas linhas fui chamado de ladrão, assassino, maníaco e estuprador só porque não comungo da crença da maioria.
E isso é o dia inteiro. Todos os dias. 

Então por mais que você dê de ombros para o assunto, não podemos negar que haja preconceito. E vindo de um meio onde supõe-se haver um nível sócio- cultural um pouco diferenciado. Ou seja, estamos vendo apenas as manifestações de uma parte da população. Embora não tenhamos todos os dados, por que teríamos razões pra esperar considerações diferentes em um universo maior?

Pra se ter a real dimensão de quão grave são tais colocações sugiro o seguinte exercício. Troque onde se lê ateu por judeu, ou cristão, ou por evangéligo, ou mesmo católico.

Teríamos, no mínimo, alguma representação contra quem falou o impropério.
E sempre é bom lembrar que existe a liberdade de expressão. Essas figuras podem - e devem - expor a sua opinião livremente. Mas não venham me dizer que não existe preconceito contra ateus. Pois isso é subjulgar a minha inteligência.

Não dá pra respeitar essa gente

Sabem quem a EPTC multa? Não são os playboys que fazem pega SEMPRE NOS MESMOS LUGARES em Porto Alegre. Não são os ônibus da Carris que passam sinal vermelho e andam a bem mais que 60 quilômetros por hora pela cidade.
Somos nós mesmos! Nós que, eventualmente, erramos. Nós que, eventualmente, pegamos o acostamento no trecho entre a estação aeroporto e o começo da Farrapos porque a incapacidade de administração viária da região metropolitana é uma MERDA e nos oferece vias ultrapassadas, pequenas e esburacadas.

O seu pai sexagenário, que nunca se meteu em acidente, dirige há mais anos que a maioria dos azuizinhos tem de idade e que, por um descuido, anda um pouco mais dos 60 por hora num trecho onde, naquele dia, tem radar.

E cuidado ao passar o sinal vermelho depois da meia noite como uma atitude cautelosa para não ter uma pistola apontada pra sua cabeça. Vai que nessa hora tem algum agente de trânsito à sua espreita, ao invés do ladrão.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Meu Velório

Sonhei que eu tinha ido ao meu próprio velório. Nada mais bizarro do que ler o teu nome na plaquinha da capela com o horário. Acordei agoniado umas 4 e pouco da manhã. 

Agora, o mais tenebroso disso é que, de uns tempos pra cá, quando tenho sonhado com velórios, é que o féretro ainda está vivo e fica de pé, ao lado do caixão vazio, conversando e lamentando seu destino.
É como se fosse uma realidade onde a criatura morre mas fica ainda umas horas lúcida até que "apague" definitivamente. E aí fica aquela situação surreal do "falecido" conseguindo se despedir diante do inevitável destino. Todo mundo meio puto da cara com a irreversível situação.

Que merda, hein?

E dessa vez lá estava eu bem vestidinho esperando pra entrar no caixão.

Tomar no rabo com esses sonhos de merda!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mãos ao alto, isto é um estacionamento!

Deu agora no JN, o Brasil é o país com os estacionamentos mais caros da América Latrina.

Dependendo da cidade onde você mora, é mais caro deixar o carro parado do que rodar 30 quilômetros à gasolina! Uma mulher na reportagem gasta mais de 400 reais por mês em estacionamento. Virou o novo rancho.

E o cidadão não tem escolha. Se for pro centro da cidade e deixar na rua, terá de pagar parquímetro ou pagar flanelinha. Isso quando não tiver de fazer os dois ao mesmo tempo. E pra piorar, nem um nem outro significa garantia de segurança.

Nos shoppings que a coisa ganha caráter surreal. O que a pessoa faz num shopping center? Fatalmente vai comprar, vai consumir alguma coisa. Desde um café a uma TV 3D de 60 polegadas. Independente da grana que você vai morrer no centro de compras, ah, o estacionamento terá de ser pago. E não é barato. Bem, pelo menos eu acho pagar 5 reais pra ir num lugar gastar dinheiro um roubo.

E mesmo se fosse barato, o que ocorre, ao meu ver, é uma inversão de valores. Entendo que o estacionamento de um shopping ou de um supermercado seja um facilitador, um mimo pro teu cliente que prefere o teu estabelecimento ao do outro. E como prêmio o que o cliente ganha? Uma porra de um ticket pra pagar a vaga que o seu carro ocupa.

Em porto Alegre essa prática começou sorrateiramente e aos poucos no final da década de 90. Inexplicavelmente, de uma hora pra outra, o Praia de Belas e o Iguatemi impuseram goela abaixo uma taxa de estacionamento para todos os clientes.

Sabe qual foi a atitude das pessoas?

Começaram a pagar quietinhas como se isso fosse uma tendência inevitável. Não questionavam, apenas pagavam. Mas curiosamente quando eu comecei a perguntar, todas achavam ruim pagar.

Enfim, a coisa degringolou. Eu acho que pagar estacionamento em shopping é como um médico cobrar pro paciente espere sentado na sala de espera. Mesmíssima coisa.

E não duvide que um dia isso aconteça, afinal, tá todo mundo ficando louco mesmo...

Frango à Gomes de Sá

Passei meio dia de hoje tentando saber que diabos seria o tal frango à gomes de sá.
Foi a resposta à pergunta de um cara, numa empresa onde eu estava hoje, quando quis saber qual o cardápio do dia no refeitório.

O pior é que o cara saiu satisfeito com a resposta, e eu não! Fiquei numa agonia desgraçada e não tive como perguntar: mas que porra é frango à Gomes de Sá?

Aliás, eu sou um completo tapado pra arte culinária. Não faço, por exemplo, a menor idéia do que diabos seria o tal bife à cavalo. Bem da verdade eu devo ter algum problema cognitivo no que diz respeito a iguarias que levam crase.

Isso porque o desocupado que inventa essas receitas não se contenta em chamar um arroz com molho madeira de Arroz ao Molho Madeira, diante de tal "eureca" na cozinha o sujeito é capaz de batizar o grande prato como Arroz à New Orleans, ou Carreteiro à Rainha Elizabeth II. E dane-se quem estiver lendo aquele menu que mais parece uma lista de filme B.

Vida longa aos chefs inventores do frango com catupiri ou pizza de bacon com chimia. O mundo é de vocês!

Amy ou Deixe-a

Então foi-se Amy Winehouse. Gostava dela. Acho que ela salvou a música dos anos 2000. Sério, enquanto de um lado via-se uma inundação de emos, pop-açúcar e rock Mickey, de outro vinha aquela mulher maluca com voz poderosa lembrando - e ensinando - a nova geração que tem um tipo de música que tem que vir rasgando de  dentro pra fora.

E música que vem rasgando de dentro pra fora me soa mais verdadeira. É aquela coisa de viver a arte em sua forma mais completa. No caso da Amy, ela viveu sua obra de forma tão intensa que acabou morrendo precocemente. E não é legal, claro, mas muitas vezes é inevitável.
Temos que entender que ainda existe aquele artista que intensifica a sua obra de forma a confundir-se com ela mesmo. Com Noel Rosa foi assim, com Van Ghog foi assim, Janis Joplin e seus contemporâneos de 27 anos.
Me atrevo a dizer que roqueiro que não tem um episódio com drogas me soa falso. Aparece o cara todo rasgadinho, com cara de junkie em cima do palco, mas em casa come arroz integral e faz esteira. Ora, vá se foder! Manifestações transgressoras da arte precisam vir com esse molho, senão parece que alguma coisa está faltando. Por mais cruel que isso possa parecer. Uma pena que, de vez em quando, neguinho perde as rédeas e cai feio. Como a Amy.

No fim, fica a música, pois a obra, senhores, é sempre maior que seus autores.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Só 21 Anos???

Tava lendo sobre Anders Breivik, o maluco de Oslo, e vi que, se condenado, vai pegar 21 anos. Quando estava pronto pra dizer: "porra, só 21 anos?" me lembrei que isso será na Noruega, não no Brasil! O que significa que muito provavelmente ele não vai ter redução de pena, não terá visitas íntimas e muito menos celular na cela. Ah, sim, isso sem contar que ele vai ficar 21 anos preso!

Aqui no Brasil o sujeito correria o risco de, em cinco anos, ter liberdade condicional por bom comportamento. Aí alguma das 45 mil ONGs que temos por aqui o acompanharia para conseguir um emprego numa video locadora. Por sua inspiração política, seria arduamente disputado por idealistas de ambos os lados para ser citado como exemplo - bom ou mau - em livros de História do MEC e o seu filho certamente poderia ter de ver uma palestra dele na faculdade federal.

Mas felizmente o cara vai cumprir sua pena no país onde cometeu as atrocidades.

Ainda bem que ele não fugiu pro Brasil para ser acolhido por um certo ex-ministro da justiça...

domingo, 24 de julho de 2011

Minha Fonte Revelada

Pra quem estava se perguntando qual a fonte do Mulatas, revelo-a. É da agência de notícias internacionais Arreuters.

Siga no twitter: www.twitter.com/arreuters

E mude sua vida.

sábado, 23 de julho de 2011

Datenaaaa, iúhuuuuuuu

E não é que o genocida de Oslo é cristão fundamentalista?
Não é que ele, por odiar tanto os muçulmanos, matou um monte de cristãos?

Pois então!

O que eu quero dizer com isso? Que a pessoa que é cristã, ou acredita em papai do céu, é uma assassina em potencial? Claro que não! Assim como o ateu também não é! Há cristãos assassinos e cristãos gente boa, assim como há ateus assassinos e ateus gente boa. Em outras palavras: alegar que uma criatura mata porque é atéia é tão imbecil quanto dizer que uma pessoa mata porque ela é crente.

Embora todos nós sabemos - e não sou eu que diz, mas eles mesmo que registram em vídeos pra quem quiser ver - que tá cheio de gente explodindo inocentes em nome do deus deles, mas esta é outra história.

Apenas queria ver se o Datena chegaria na TV e diria que o assassino de Oslo ASSUMIDAMENTE CRISTÃO FUNDAMENTALISTA não tem deus no coração.

Mas ele não vai fazer isso, porque em primeiro lugar ele vai ter que saber o que que é Oslo.

:o*

Lei Besta

Prestem atenção no vídeo abaixo.
Ele mostra um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus entrevistando um guri de 9 anos de idade que, muito provavelmente como uma medida desesperada, recorre a esses tacanhas para "tirar o demônio do corpo da mãe", que briga diariamente com o marido em casa.

O que me chama mais atenção não é nem a bizarrice da cena da mãe acocada no palco (altar) sendo "exorcizada" pelo tacanha, mas que há um efeito de câmera para esconder o rosto da criança. Isso porque, de acordo com a nossa lei, menores não podem aparecer na TV sem prévia autorização.

Agora, alguém pra pensar numa lei que proíba menores de frequentar lugares grotescos e que ofereçam sessões mais grotescas ainda não tem, né? Muito provavelmente porque uma grande parte desses louváveis legisladores são da mesma laia dos exorcizadores em questão.

Sério, estamos todos perdidos. Tente não vomitar ao ver o vídeo.

Atenção, atenção! A Luana Piovani está com pancinha!

 Tá gorda sim, tá enorme! Coloquem essa baleia de volta pro mar!


Hoje li num blog feito por mulheres que a Luana Piovani exibe pancinha no Rio.

Eu vi a foto. E honestamente aquilo não é nem de longe uma pancinha. É apenas uma mulher saudável e com lugar pra pegar.
Agora deixa eu puxar a orelha de vocês um pouco, mulherada!
De uns anos pra cá vejo constantemente muitas de vocês reclamando da "maldita ditadura do shape anoréxico", onde modelos sequérrimas desfilam suas costelas nas passarelas do mundo e, consequentemente, em shoppings, festas e praias.

Só que vocês são as primeiras a ver gordura onde não tem. Como, por exemplo, a tal pancinha da Luana Piovani.
Percebem que são vocês mesmo que realimentam esse ciclo maldito? Daqui a pouco uma Luana Piovani da vida acredita que realmente está com pancinha e passa a jantar iogurte com gosto de meia e a almoçar broto alfafa com peixe. Isso quando não se jogam no ocaso anoréxico e morrem. E aquela adolescente fofinha que realmente está um pouco acima do peso? "Se a Luana tem barriga eu estou completamente fodida" e é outra que passa a comer gelatina light pra passar o dia.

Se liguem, porra!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nivelando Por Baixo

Na comunidade do Cinemark Canoas no Orkut tem a seguinte descrição:

"Vcs que adoram ir no choping de canoas,não deiche de iren no cinemark ver um bom filme e seren bem atendidos...."

Não sei quem escreveu tal peça literária, mas certamente demonstra o nível dos frequentadores assíduos das salas de filmes dublados que infestam as sessões no Canoas Shopping. Frequentadores que acabaram por ditar que, de agora em diante, você não tem o direito de assistir filmes em sua versão original.

Eu moro a duas quadras do citado cinema, mas quando quero ir a uma sessão decente, tenho que ir a Porto Alegre. Isso porque de uns 7 meses pra cá, todas as 10 salas trazem apenas cópias dubladas.
De acordo com o que tenho lido, houve uma pesquisa de opinião onde a horda que vai ao lugar disse que se os filmes fossem dublados, iriam mais.

Aí, ao melhor estilo "to me lixando pros outros" a administração do Cinemark de Canoas resolveu nivelar por baixo, e atender aos anseios desse bando de analfabetos preguiçosos do caralho.

E sabe o que mais me deixa irritado? Que não há opção de legendados. Quer dizer, há. Apenas uma e em horários absurdos e muitas vezes somente a versão 3D, ou seja, aquele tipo de projeção pra te deixar tonto.

Qual é que é, porra? Por acaso vivo em meio a retardados, iliteratos e imbecilóides? Por que RAIOS esse tipo de regra se aplica apenas no Cinemark aqui de Canoas? Em Porto Alegre não tem isso e nem no vale dos sinos! Se fosse o caso de haver filmes dublados para a terceira idade, que pode vir a ter dificuldade para a companhar as legendas, ou mesmo para crianças que ainda não são alfabetizadas, mas simplesmente porque a tigrada tem preguicinha de ler e acha chato? Ara, vão pra puta que os pariu!

E uma questão que ainda ninguém levantou! Como ficam os deficientes auditivos? Foderam-se, né? Sem essa de ir ao cinema!

Olha, que merda! Uma clara prática de nivelamento por baixo. Merda de cidade!