Fui na Bienal.
O lugar é bem legal. Está instalada no cais do porto em Porto Alegre e as obras dispostas dentro dos pavilhões. Na entrada tem um café de frente ao Guaiba, onde é possível almoçar e beber uma Heineken gelada. E o dia pedia.
O tema dessa Bienal é Ensaios De Geopoética.
Tem coisas interessantes, e outras mais viajantes do que realmente interessantes. Chama a atenção um espaço pra Sealand, o menor país do mundo. Na real uma antiga plataforma da segunda guerra que uma família britânica se apossou, cunhou moedas, esboçou meia dúzia de leis e lá ficou. De acordo com uma Lei da ONU, basta que se limite fronteiras e que haja um mínimo de UMA pessoa vivendo num punhado de terra para que seja reconhecido como país. No começo da Bienal o filho do fundador estava lá vendendo títulos de nobreza pro país a 60 reais. Uma pena não ter estado lá, pois certamente teria comprado, conseguido um passaporte diplomático e ser o Barão Emerim.
Mas a obra que mais me chamou a atenção foi um painel que unia as bandeiras dos países da América Latina. Nada demais não fossem dois detalhes interessantes: as bandeiras eram feitas em areia colorida contida entre duas formas de vidro e entre elas havia caninhos ligando uma à outra com formigas caminhando dentro.
As formigas levavam as areias coloridas pelos canos, deixando rastros nas bandeiras e mistura de cores naqueles caminhos por elas traçados. Atrás do painel havia uma caixa de acrílico para onde todas as formigas migravam. Lá dentro elas comiam e formavam o formigueiro-base.
Fiquei com medo de perguntar maiores detalhes, vai que o autor tivesse lido As Veias Abertas da América Latina e quisera representar os americanos levando nosso "sangre latino" para a caixa-tio sam. Fiquei meio cabreiro depois de ter lido tanto a palavra REVOLUCIÓN escrita lá dentro.
De qualquer forma não resisti em perguntar onde estava a bandeira de Cuba. A guia falou que não tinha. Aí expliquei pra ela por quê. Obviamente a bandeira representando Cuba estaria hermeticamente fechada, de maneira que as formigas, impedidas de sair de lá, morreriam sufocadas.
Ela riu.
domingo, 25 de setembro de 2011
Bienal
Postado por Paraguaçú Schneidermann às 21:09
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