BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

domingo, 25 de setembro de 2011

Bienal

Fui na Bienal. O lugar é bem legal. Está instalada no cais do porto em Porto Alegre e as obras dispostas dentro dos pavilhões. Na entrada tem um café de frente ao Guaiba, onde é possível almoçar e beber uma Heineken gelada. E o dia pedia. O tema dessa Bienal é Ensaios De Geopoética.

Tem coisas interessantes, e outras mais viajantes do que realmente interessantes. Chama a atenção um espaço pra Sealand, o menor país do mundo. Na real uma antiga plataforma da segunda guerra que uma família britânica se apossou, cunhou moedas, esboçou meia dúzia de leis e lá ficou. De acordo com uma Lei da ONU, basta que se limite fronteiras e que haja um mínimo de UMA pessoa vivendo num punhado de terra para que seja reconhecido como país. No começo da Bienal o filho do fundador estava lá vendendo títulos de nobreza pro país a 60 reais. Uma pena não ter estado lá, pois certamente teria comprado, conseguido um passaporte diplomático e ser o Barão Emerim.

 Mas a obra que mais me chamou a atenção foi um painel que unia as bandeiras dos países da América Latina. Nada demais não fossem dois detalhes interessantes: as bandeiras eram feitas em areia colorida contida entre duas formas de vidro e entre elas havia caninhos ligando uma à outra com formigas caminhando dentro.
As formigas levavam as areias coloridas pelos canos, deixando rastros nas bandeiras e mistura de cores naqueles caminhos por elas traçados. Atrás do painel havia uma caixa de acrílico para onde todas as formigas migravam. Lá dentro elas comiam e formavam o formigueiro-base. Fiquei com medo de perguntar maiores detalhes, vai que o autor tivesse lido As Veias Abertas da América Latina e quisera representar os americanos levando nosso "sangre latino" para a caixa-tio sam. Fiquei meio cabreiro depois de ter lido tanto a palavra REVOLUCIÓN escrita lá dentro. De qualquer forma não resisti em perguntar onde estava a bandeira de Cuba. A guia falou que não tinha. Aí expliquei pra ela por quê. Obviamente a bandeira representando Cuba estaria hermeticamente fechada, de maneira que as formigas, impedidas de sair de lá, morreriam sufocadas.

 Ela riu.

0 comentários: