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sábado, 12 de novembro de 2011

Por que o livre-arbítrio é balela



Aquele promovido pelo cristianismo, deixemos isso bem claro. Pois, evidentemente, acredito que somos, até certo ponto, livres para escolhermos nossos caminhos, porém - como já disse Michael Shermer em um artigo que li há alguns anos - o conceito de livre-arbítrio não se suporta coexistindo com o conceito do deus da mitologia hebraico-cristã.

E simplesmente porque o deus dessa mitologia em particular tem como característica ser onipotente, onisciente e onipresente. Ora, se o bonitão é onisciente, pressupõe-se que é de seu conhecimento tudo o que aconteceu, tudo o que acontece e tudo o que acontecerá. Ou seja, nada para esta divindade é segredo, mesmo porque ele também está figurando na qualidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo (onipresente) e ser mais forte e mais adaptado que tudo que o cerca (onipotente).

Uma vez entendido que o deus em questão tem pleno e constante conhecimento do passado, presente e futuro de tudo - e isso inclui você e sua inócua vidinha - esqueça que você tenha o livre-arbítrio. Pois se todas as suas ações são vigiadas nessa tríade passado/presente/futuro, todas as suas escolhas, inclusive as que você tomará até o final da sua vida, já foram previamente arbitradas pelo papai-do-céu. Ou, em outras palavras, não interessa que caminho você acha que tem toda a liberdade de escolher, se vestir calça ou bermuda, se optar pelo cristianismo ou pelo budismo ou ir pra festa ou ficar em casa, o tal onisciente já sabe.

E isso, meus amigos, além de ser um lance completamente absurdo, é o maior tiro-no-pé dessa religião, pois são dois conceitos que são logicamente e fisicamente impossíveis.

Vamos supor que aceitamos a ideia da existência desse deus. Para que haja efetivamente e corretamente um livre-arbítrio, é preciso que tanto o agente fiscalizador (deus) como o fiscalizado (nós) comunguem de um momento de desconhecimento, de ignorância acerca da escolha a ser tomada. Se o agente fiscalizador já sabe o que o fiscalizado vai escolher, o livre-arbítrio cai por terra.

Sem contar que, no momento em que viemos ao mundo sem antes sermos consultados para saber se queremos, e então somos obrigados a seguir um conjunto enorme de regras nesse mundo, já há uma anulação do tal livre-arbítrio logo na origem.

Sei lá, pra mim é tão fácil enxergar imbecilidades conceituais dentro de qualquer religião que parece que eu to discursando sobre o supra-sumo da obviedade.

Mas enfim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fábio, a própria definição de Livre Arbítrio (liberdade de indiferença) confirma seu entendimento. Sou cristão e também entendo que não exista livre arbítrio. Creio que muitas pessoas dizem livre arbitrio quando quer dizer ESCOLHA. Entendo que Deus determinou dois tipos de pessoas: os salvos e os que não herdarão a Salvação. Eu e você somos provas vivas disso. Agora, a nós, os salvos, Deus nos permitiu escolher se andaríamos no Camiho Dele ou não, mesmo que Ele própria já saiba o que haveremos de escolher. Quanto aos outros que não o tem por Deus não foi dado escolha.

Um grande abraço
Antonio

Anônimo disse...

Em Camiho, leia-se Caminho.

Antonio