Nada mais imbecil do que a proposta da bancada bolivariana da Câmara de Vereadores de Porto Alegre ao querer trocar o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade.
O formoso argumento dessa plêiade abobada é que "não podemos homenagear torturadores".
Hein? Castelo Branco foi torturador? Ele foi presidente do Brasil. Ok, numa época de ditadura, algo que deploro e não quero de volta. Porém, por mais que presidente A ou B tenha sido conivente, ou mesmo propagador da ideia de torturar inimigos políticos, alterar o nome de uma rua não vai surtir efeito algum em absolutamente nada.
Bem ou mal, temos um passado, uma História. E esta História precisa manter os seus registros. Nem que seja para nos lembrarmos de uma época desagradável e que muitos de nós não têm saudade. Alterar o nome de uma avenida não altera o passado, e muito menos o presente, pois vivemos hoje num momento democrático - embora não totalmente democrático, já que ainda somos obrigados a votar e a servir às Forças Armadas - e se rebatizarmos a dita avenida, como que e um ato simbólico para deletar dos registros o nome de um presidente da época da ditadura, estaremos descaracterizando aquilo que mais nos difere de uma ditadura, que é justamente o espaço para as ideias diferentes e conflitantes das nossas. Sem contar que tem uma boa parcela da população que apoiou e ainda apóia a - segundo eles - revolução de 64.
Sabe, isso me cheira a talibã explodindo estátuas de Buda, ou seja, um ato de extrema intolerância ditatorial. Só não vê isso quem acha que ditadura boa é aquela que está do seu lado.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O Talibã Bolivariano do RS
Postado por Paraguaçú Schneidermann às 06:04
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