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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Essa Propaganda é Séria?

Que tal você, adolescente, ter a oportunidade de viver um tempo em um país de língua inglesa - tá, vá lá, nos EUA - onde você vai trabalhar como não trabalha no lugar onde vive, digamos, num restaurante, como garçom ou mesmo na cozinha?  Parece legal?

Claro que parece legal! É legal! É muito legal! Tão legal que segundo um relatório da Association of Language Travel Organisations de 2009, só naquele ano mais de 160 mil jovens brasileiros apostaram nessa aventura.

É o passatempo cultural preferido dos jovens de classe média-alta brasileira. A pessoa aprende sobre a cultura, sobre a vida e a língua do país em que fica. É o sonho de consumo da gurizada. E todo mundo sabe que qualquer jovem adoraria fazer isso e entende que é uma oportunidade fantástica.

Todo mundo menos a Cia Zaffari.

Na televisão gaúcha surgiu uma propaganda de Natal dessa grande rede de supermercados que mostra, ao som de um sucesso sertanejo, a pequena história de um jovem que, para o desespero aparente da mãe, resolve ir para o exterior ( num país de língua inglesa) onde aparece trabalhando na cozinha de um restaurante com a cara de quem está em um campo de concentração, ou na cozinha de um presídio.

Então o rapaz, que tem o cabelo do Fiuk, demonstra uma grande vontade de voltar para passar o Natal na casa da mãe. O objetivo é claro: mostrar que realmente ele queria tudo, menos estar naquele lugar.

Resumidamente, e por incrível que pareça, o cara é colocado numa situação invejável daquela como se estivesse a contragosto. Na cena em que ele parte, aparece a mãe e suas irmãs se despedindo no aeroporto como se ele tivesse sido convocado pra uma guerra.

A conclusão da mini-trama, pra deixar a coisa ainda pior,  ocorre quando seus colegas do restaurante fazem uma vaquina para pagar sua volta ao Brasil para passar o Natal com a mãe. E aí, The End.

A não ser que eu tenha ficado completamente louco, essa peça publicitária simplesmente não faz o menor sentido ou, no mínimo, perdeu a mão. Que diabo de moral quer o autor mostrar, afinal? Que ele vive num mundo onde há uma entidade biruta malevolente que, arbitrariamente, manda jovens pra viver no exterior contra sua vontade e para a tristeza da mãe? Convenhamos. Eu troco de canal cada vez que dá.  Tem uma música chatérrima que só sai do córtex via lobotomia e é enorme!

O pior é que eu tenho certeza que essa propaganda acabou caindo no gosto de muita gente só porque iniciou como um viral no Facebook. O primeiro falou que era algo "emocionante" e que apostava como as pessoas "chorariam ao ver".
Pegou, virou meme. Que saco!

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