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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dois corpos, Dois Copos e Três Destinos (parte 1)

Letícia respirava por aparelhos, mas mesmo assim conseguiu preparar uma noite e tanto para Duarte. Duarte chegara cansado, ombros duros, cavanhaque encharcado, cabelos despenteados, unhas sujas, joelhos esfolados. Tivera, sem dúvida, um dia difícil, no fórum.

A mesa, posta, indicava que Letícia tinha feito algo mais do que urinar nas fraldas naquela noite. Deixara as pimentas de molho, o vinho na adega, a prótese na cama e os vídeos de Hulk Hoogan no pause. Queria uma noite supimpa.

Duarte, percebendo o desenlace que viria a seguir, pôs-se a despir-se e adentrou o box já com um xampu numa mão e o chicote na outra. Era um homem cheio de sonhos.

Do quarto no terceiro andar, Letícia, com óbvia dificuldade de locomoção, passava, com sofreguidão, o pó em seu rosto. Havia desistido do baton, que passara entre gemidos de dor por conta do seu atrofiado tendão do úmero. "Ficou apenas uma corzinha", pensou, "ele adora apenas uma corzinha".

"Orgia! Orgia!",  dizia Duarte ao que passava o sabonete em suas axilas. Ato jamais conseguido até os 15 anos,  quando finalmente conseguiu adestrar seus pequenos braços frutos da Talidomida tomada pela mãe para evitar enjôo. Mãe esta que se matou ao ver aquele semi-focomelo chorando todo ensanguentado. 

Continua em 2012

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